História , Fauna e Flora do Brasil

"Carcará come inté cobra queimada

Quando chega o tempo da invernada

O sertão não tem mais roça queimada

Carcará mesmo assim num passa fome..."

Carcará João do Vale



domingo, 12 de junho de 2016

Pietro Antônio

Primeira Apresentação de Pietro Lima Guimarães


O Canto do Uirapuru



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Canto do Uirapuru Verdadeiro (Cyphorhinus aradus) by Aquariosmaster

História da civilização brasileira: O Riacho Fundo de Águas Belas

A breve e desconhecida história de Lourenço Bezerra das Antas Senhor daquelas terras.
Casarão do Riacho Fundo

No município de Águas Belas PE existe uma serra denominada Serra das Antas devido à aparência de algumas montanhas com Antas. No alto da serra, perto da cidade, existe um casarão que foi construído no século XIX por Lourenço Bezerra Cavalcanti. Ele era filho do Capitão Comandante Lourenço Bezerra Cavalcanti (Lourenço Bezerra das Panelas), e de D. Ana José Joaquina Cavalcanti. Neto paterno de Manoel Leite da Silva, Capitão das Ordenanças da cidade de Olinda, Capitão de Cavalos e Capitão Mor do Ararobá, e de D. Maria Cavalcanti de Albuquerque. Neto materno de  Antonio de Carvalho Cavalcanti de Andrada, e de D. Jerônima Luzia Paes Barreto de Albuquerque.


Interior do casarão

Lourenço Bezerra era descendente direto de um famoso e histórico casal de Pernambuco: Jerônimo de Albuquerque e a filha do cacique dos Tabajaras Muira Ubi, que viveram no século XVI. Jerônimo era um nobre português que veio acompanhar sua irmã Brites de Albuquerque, casada com capitão Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco.
Cozinha do Casarão

Lourenço Bezerra Cavalcanti nasceu em Buique e morreu em Águas Belas em 1859. Foi Coronel Chefe da Legião da Guarda Nacional em Guaranhuns e Deputado da Assembleia Provincial em quatro legislaturas. Casou-se com dona Josefa Florentina de Albuquerque Maranhão na Matriz de Águas Belas no dia 8 de setembro de 1802, celebrado pelo padre José Rebello Pereira Torres.

Frente do Casarão

Em 1807 Lourenço Bezerra deslocou-se com a família para o setor alagoano de Atalaia, em face da tremenda estiagem do sertão pernambucano, dedicando-se ali á cana de açúcar no Engenho da Lama e outras propriedades. Retornou a Água Belas em 1822 e tornou-se diretor da aldeia indígena local.

Igreja Presbiteriana de Águas Belas

O Coronel Lourenço Bezerra possuía uma extensiva propriedade em torno do seu engenho, que era chamado de Riacho Fundo.  Tinha enorme prestígio e influência política nas antigas freguesias de São Bento, Buique, Águas Belas e Papacaça, em Pernambuco.

Suas plantações de cana e os seus engenhos sofreram diversos ataques dos negros Papa-Méis, fugidos da escravidão. Estes ataques tinham apoio dos índios  fulniô de Águas Belas.  

Tais hostilidades eram desdobramentos do levante realizado por de Antônio Timóteo de Andrade no agreste pernambucano, e João Batista de Araújo, na praia de Barra Grande, hoje povoado do município de Maragogi / AL.

Este levante era um movimento restaurador armado, que tinha por objetivo trazer de volta ao trono do Brasil, o Imperador D. Pedro I, que havia renunciado e voltado para Portugal. Este movimento passou para a história como “ A Guerra dos Cabanos “, e iniciou-se entre maio e junho de 1832.

Porém, já em 1830, o coronel Bezerra das Antas tomou parte da reação a este levante, quando reuniu tropas que incluíam seus jagunços e outros aliados e os enviou para compor as forças do Governo. Estas tropas foram lideradas diretamente por ele e contribuíram poderosamente para debelar o movimento revolucionário que, durante mais de três anos, terminou depois de ingentes esforços e sacrifícios de muitas vidas.

                                              Cabanada